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11 de jul. de 2010

Rubem Alves: As tarefas da educação

colunista da Folha de S.Paulo
Marcelo Zocchio

O corpo carrega duas caixas. Na mão direita, mão da destreza e do trabalho, ele leva uma caixa de ferramentas. E na mão esquerda, mão do coração, ele leva uma caixa de brinquedos. Ferramentas são melhorias do corpo. Os animais não precisam de ferramentas porque seus corpos já são ferramentas. Eles lhes dão tudo aquilo de que necessitam para sobreviver.

Como são desajeitados os seres humanos quando comparados com os animais! Veja, por exemplo, os macacos. Sem nenhum treinamento especial eles tirariam medalhas de ouro na ginástica olímpica. E os saltos das pulgas e dos gafanhotos!

Já prestou atenção na velocidade das formigas? Mais velozes a pé, proporcionalmente, que os bólidos de F-1! O vôo dos urubus, os buracos dos tatus, as teias das aranhas, as conchas dos moluscos, a língua saltadora dos sapos, o veneno das taturanas, os dentes dos castores.

Nossa inteligência se desenvolveu para compensar nossa incompetência corporal. Inventou melhorias para o corpo: porretes, pilões, facas, flechas, redes, barcos, jegues, bicicletas, casas... Disse Marshall MacLuhan corretamente que todos os "meios" são extensões do corpo. É isso que são as ferramentas, meios para viver. Ferramentas aumentam a nossa força, nos dão poder. Sem ser dotado de força de corpo, pela inteligência o homem se transformou no mais forte de todos os animais, o mais terrível, o maior criador, o mais destruidor. O homem tem poder para transformar o mundo num paraíso ou num deserto.

A primeira tarefa de cada geração, dos pais, é passar aos filhos, como herança, a caixa de ferramentas. Para que eles não tenham de começar da estaca zero. Para que eles não precisem pensar soluções que já existem. Muitas ferramentas são objetos: sapatos, escovas, facas, canetas, óculos, carros, computadores. Os pais apresentam tais ferramentas aos seus filhos e lhes ensinam como devem ser usadas. Com o passar do tempo, muitas ferramentas, muitos objetos e muitos de seus usos se tornam obsoletos. Quando isso acontece, eles são retirados da caixa. São esquecidos por não terem mais uso. As meninas não têm de aprender a torrar café numa panela de ferro, e os meninos não têm de aprender a usar arco-e-flecha para encontrar o café da manhã. Somente os velhos ainda sabem apontar os lápis com um canivete...

Outras ferramentas são puras habilidades. Andar, falar, construir. Uma habilidade extraordinária que usamos o tempo todo, mas de que não temos consciência, é a capacidade de construir, na cabeça, as realidades virtuais chamadas mapas. Para nos entendermos na nossa casa, temos de ter mapas dos seus cômodos e mapas dos lugares onde as coisas estão guardadas. Fazemos mapas da casa. Fazemos mapas da cidade, do mundo, do universo. Sem mapas, seríamos seres perdidos, sem direção.

A ciência é, ao mesmo tempo, uma enorme caixa de ferramentas e, mais importante que suas ferramentas, um saber de como se fazem as ferramentas. O uso das ferramentas científicas que já existem pode ser ensinado. Mas a arte de construir ferramentas novas, para isso há de saber pensar. A arte de pensar é a ponte para o desconhecido. Assim, tão importante quanto a aprendizagem do uso das ferramentas existentes —coisa que se pode aprender mecanicamente— é a arte de construir ferramentas novas. Na caixa das ferramentas, ao lado das ferramentas existentes, mas num compartimento separado, está a arte de pensar.

(Fico a pensar: o que as escolas ensinam? Elas ensinam as ferramentas existentes ou a arte de pensar, chave para as ferramentas inexistentes? O problema: os processos de avaliação sabem como testar o conhecimento das ferramentas. Mas que procedimentos adotar para avaliar a arte de pensar?)

Assim, diante da caixa de ferramentas, o professor tem de se perguntar: "Isso que estou ensinando é ferramenta para quê? De que forma pode ser usado? Em que aumenta a competência dos meus alunos para cada um viver a sua vida?". Se não houver resposta, pode estar certo de uma coisa: ferramenta não é.

Mas há uma outra caixa, na mão esquerda, a mão do coração. Essa caixa está cheia de coisas que não servem para nada. Inúteis. Lá estão um livro de poemas da Cecília Meireles, a "Valsinha" de Chico Buarque, um cheiro de jasmim, um quadro de Monet, um vento no rosto, uma sonata de Mozart, o riso de uma criança, um saco de bolas de gude... Coisas inúteis. E, no entanto, elas nos fazem sorrir. E não é para isso que se educa? Para que nossos filhos saibam sorrir? Na próxima vez, a gente abre a caixa dos brinquedos...

Rubem Alves, "soixante-dix", é educador. Escreveu, entre outros, "Livro sem Fim" (Edições ASA), publicado em Portugal, e "Se Eu Pudesse Viver Minha Vida Novamente..." (Verus).
Site: www.rubemalves.com.br

10 de jul. de 2010

Uma leitura :“Simplifique sua vida!"

Tudo o que é belo tende a ser simples. Afirmação generalizante? Não sei. O que sei é que a beleza anda de braços dados com a simplicidade. Basta observar a lógica silenciosa que prevalece nos jardins. Vida que se ocupa de ser só o que é. Não há conflito nas bromélias, não há angústia nas rosas, nem ansiedades nos jasmins. Cumprem o destino de florirem ao seu tempo e de se despedirem do viço quando é chegada a hora. São simples. Não querem outra coisa, senão a necessidade de cada instante. Não há desperdício de forças, não há dispersão de energias. Tudo concorre para a realização do instante. Acolhem a chuva que chega e dela extraem o essencial. Recebem o sol e o vento, e morrem ao seu tempo. Simplicidade é um conceito que nos remete ao estado mais puro da realidade. A semente é simples porque não se perde na tentativa de ser outra coisa. É o que é. Não desperdiça seu tempo querendo ser flor antes da hora. Cumpre o ritual de existir, compreendendo-se em cada etapa. Já dizia o poeta: "Simplicidade é querer uma coisa só". Eu concordo com ele. O muito querer nos deixa complexos demais. Queremos muito ao mesmo tempo, e então nos perdemos no emaranhado dos desejos. Há o risco de que não fiquemos com nada, de que percamos tudo. Aquele que muito quer corre o risco de nada ter, porque o empenho e o cuidado é que faz a realidade permanecer. O simples anda leve. Carrega menos bagagem quando viaja, e por isso reserva suas energias para apreciar a paisagem. O que viaja pesado corre o risco de gastar suas energias no transporte das malas. Fica preso, não pode andar pelo aeroporto, fica privado de atravessar a rua e se transforma num constante vigilante do que trouxe. A simplicidade é uma forma de leveza. Nas relações humanas ela faz a diferença. O que cultiva a simplicidade tem a facilidade de tornar leve o ambiente em que vive. Não cria confusão por pouca coisa; não coloca sua atenção no que é acidental, mas prende os olhos naquilo que verdadeiramente vale à pena. Pessoas simples são aquelas que se encantam com as coisas menores. Sabem sorrir diante de presentes simbólicos e sem muito valor material. A simplicidade lhe capacita para perceber que nem tudo precisa ter utilidade. E por isso é fácil presentear o simples. Dar presentes aos complicados é um desafio. Não sabemos o que eles gostam, porque só na simplicidade é possível conhecer alguém. Só depois que as máscaras caem pelo chão e que os papéis são abandonados a gente tem a possibilidade de descobrir o outro na sua verdade. Eu gostaria de me livrar de meus pesos. Queria ser mais leve, mais simples. Querer uma coisa só de cada vez. Abandonar os inúmeros projetos futuros que me cegam para a necessidade do momento. Projetos futuros valem à pena, desde que sejam simples, concretos e aplicáveis. Não gostaria que a morte me surpreendesse sem que eu tivesse alcançado a simplicidade. Até para morrer os simples têm mais facilidade. Sentem que chegou a hora, se entregam ao último suspiro e se vão. Tenho uma intuição de que quando eu simplificar a minha vida, a felicidade chegará em minha casa, quando eu menos esperar”.
( Pe Fábio de Melo )
Postado por Lucilene Garute dos Santos

9 de jul. de 2010

NIVEL SUPERIOR PARA QUEM LECIONA

Informação nº001/10 – NRE


Assunto: Profissional para atuar na Educação Infantil e Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental.


O Núcleo Regional da Educação de Umuarama, através do Setor de Estrutura e Funcionamento e Coordenação de Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, esclarece:
De acordo com o Artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro/cinco primeiras séries/anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal.
Portanto o professor regente, seja ele titular, substituto, professor que atende a hora atividade e até aquele professor que desenvolve ações complementares em contra-turno, deve ter a formação mínima, conforme legislação vigente.
Caso o município tenha estagiários atuando como docentes nos estabelecimentos de ensino, informamos que conforme Artigo 1º da lei Federal nº11.788/08, “Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos”.


É a informação.


Umuarama, 07 de junho de 2010.



José Guilherme de Oliveira
Chefe do NRE-Umuarama

5 de jul. de 2010

Resultado do IDEB

O Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram nesta quinta-feira, 1º de julho, o resultado nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb 2009. Os Indicadores mostram uma evolução na qualidade da educação em todos os níveis de ensino - primeira e segunda etapas do ensino fundamental e ensino médio. As metas de progressão estabelecidas foram superadas.

Na primeira fase do ensino fundamental, o Ideb passou de 4,2 para 4,6, superando a meta prevista para 2009 e atingindo antecipadamente a de 2011. A análise do crescimento nesse nível mostra que o aumento de notas dos estudantes nas provas responde por 71,1% do acréscimo no Ideb. O percentual de 28,9% da evolução se deu em razão da melhora nas taxas de aprovação escolar.

Nos anos finais do ensino fundamental, o Ideb do País evoluiu de 3,8 para 4,0, superando a meta para 2009 e também ultrapassando a de 2011, que é de 3,9. O aumento nas notas que os estudantes obtiveram na Prova Brasil explica 64% desse crescimento, enquanto os outros 36% são decorrentes da melhora nas taxas de aprovação.

No caso do ensino médio, o Ideb do Brasil avançou de 3,5 para 3,6, superando a meta nacional de 2009. O crescimento na faixa ocorreu fundamentalmente em razão do desempenho dos estudantes, que contribuiu com 57,9% do aumento do indicador.

Entenda as metas de qualidade
O Ideb foi criado pelo Inep em 2007, em uma escala de zero a dez. Sintetiza dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: aprovação e média de desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil.

A série histórica de resultados do Ideb se inicia em 2005, a partir de onde foram estabelecidas metas bienais de qualidade a serem atingidas não apenas pelo País, mas também por escolas, municípios e unidades da Federação. A lógica é a de que cada instância evolua de forma a contribuir, em conjunto, para que o Brasil atinja o patamar educacional da média dos países da OCDE. Em termos numéricos, isso significa progredir da média nacional 3,8, registrada em 2005 na primeira fase do ensino fundamental, para um Ideb igual a 6,0 em 2022, ano do bicentenário da Independência.

Fonte: UNDIME http://www.undime.org.br/htdocs/index.php?id=6131

Lucilene Garute dos Santos - Secretária de Educação, Cultura e Esportes

Municípios estão tirando leite de pedra para oferecer educação com qualidade

À véspera da divulgação dos números do ideb - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que retratam em parte a qualidade da educação pública, prefeitos e secretários municipais de educação do Paraná depositam grande expectativa no próximo governo estadual.A posição de liderança no ideb que as séries iniciais do ensino fundamental (ofertadas pelas Prefeituras do Paraná) têm hoje no cenário nacional, infelizmente, não deverá se manter. O motivo? Falta de dinheiro. O perfil de arrecadação do Paraná e a remuneração das matrículas no fundeb, além de questões históricas mal resolvidas, como o ressarcimento do custo de transporte dos alunos da rede estadual que hoje é bancado pelos municípios, estão retirando recursos necessários para impactar na garantia da oferta da educação com qualidade. Todos os estudos apontam que não apenas uma gestão eficiente, e em rede, dá conta de garantir qualidade na educação. Insumos básicos como salários e carreira para professores e trabalhadores em educação, infraestrutura adequada (prédios, bibliotecas, quadras de esportes, internet, carteiras, mobiliário, etc), equipamentos e tecnologia, e materiais didáticos são imprescindíveis para que possamos transformar a realidade da sala de aula e garantir o direito de aprender a cada cidadão paranaense.O Paraná tem hoje o sétimo maior PIB per capita do país; mas a décima sétima mais baixa remuneração de matrícula no fundeb. Enquanto um aluno no ensino fundamental, em escola urbana, rende para uma Prefeitura de São Paulo R$ 2.318,00 ao ano, aqui no estado este valor cai para R$ 1.571,00. Além disso, a quase totalidade dos municípios tem uma baixíssima arrecadação própria e menos recursos proporcionalmente investidos na educação. Portanto, se o perfil econômico do estado não melhorar as áreas sociais, como saúde e educação, enfrentarão problemas gravíssimos nos próximos anos. A conta é simples: quanto menos dinheiro dividido pelo mesmo número de pessoas . . . Como se isso não bastasse o conjunto dos 399 municípios do Paraná gastarão em 2010 perto de 145 milhões de reais para transportar os 225 mil alunos da rede estadual, considerando um estudo do custo-aluno do transporte escolar, feito pela UNB - Universidade de Brasília. Em contrapartida, receberão do governo federal (em caráter suplementar) 23 milhões de reais e do governo estadual (que deveria financiar) apenas 30 milhões de reais. Ora, logo é possível perceber que o furo, somente este ano, será maior que 90 milhões de reais, dinheiro este que poderia ser investido nos insumos há pouco citados. Uma observação é importante. Um ônibus novo impacta em torno do 10% no valor final do custo do transporte escolar, de acordo com o estudo da UNB.Nesta hora, não há como deixar de invejar a realidade dos vizinhos. Os municípios gaúchos, apesar dos problemas estruturais e financeiros do estado, estão recebendo 85% do que gastam para transportar alunos da rede estadual. E o que dizer de Santa Catarina? Ali, o estado paga 100% do que as Prefeituras investem no transporte de estudantes.Por estas, entre outras tantas razões, a expectativa para o anúncio do ideb não é positiva. Entretanto, quando os números saírem, ainda assim, poderão colocar o Paraná em posição de destaque nas séries iniciais do ensino fundamental. Parabéns prefeitos, secretários, diretores de escolas e professores municipais. Vocês estão tirando leite de pedra! Mas a expectativa continua. É preciso haver, nos próximos anos, um avanço concreto no perfil de arrecadação do estado e, consequentemente, dos municípios a partir de novas perspectivas. É inconcebível ver o Paraná, financeiramente na educação, comparado aos estados do norte e nordeste. Claro que existem avanços já consolidados na relação estado X municípios que precisam ser considerados. No entanto, todos esperamos do próximo governo estadual a efetivação pra valer do regime de colaboração previsto na constituição federal. Carlos Eduardo SanchesSecretário de Educação de Castro e Presidente Nacional da Undime – entidade que representa os secretários municipais de Educação

2 de jul. de 2010

MERENDA ESCOLAR

Os membros do CAE participaram ontem de uma reunião na Secretaria de Educação, realizada pelas integrantes do CECANE (Centro de Nutrição eAlimentação Escolar), para orientação e entrevista segundo Assessoria aos Municípios e Implantação do Sistema de Monitoramento do PNAE.

CARTA ABERTA A POPULAÇÃO


No dia 18 de junho, a Secretaria Municipal de Educação firmou parceria com o Centro de Auto Capacitação e Pesquisa (CACP), de São Paulo, para que escolas e professores da rede municipal de ensino solicitem apostilas com temas específicos para todos os alunos.
Nos dias 16 e 17 de julho, a Secretaria Municipal de Educação, vai realizar uma etapa de capacitação para professores, para que conheçam e aprendam como utilizar os benefícios dessa parceria. A capacitação ocorrerá nas dependências da Escola Municipal Professor Walter Bergman.
Essa parceria terá inicio no dia 10 de julho de 2010 e vai até 10 de julho de 2011.